“Quando adicionamos arte à vida, passamos a viver”. A frase, dita pelo escritor e diretor Pacco Fanti em entrevista ao Diário, ilustra bem o trabalho do jovem de apenas 24 anos, que vem se destacando em festivais internacionais de cinema. Seu curta “Sure! A myth of three creations”, lançado em agosto deste ano, foi exibido em grandes centros do cinema mundial, como Londres.
O curta, de três minutos, apresenta uma espécie de reconstrução do Mito da Criação de outro planeta, retratando como a certeza foi usada para criar a agressão, o perdão e a convivência. Produzido especialmente para um festival, a obra acabou sendo selecionada para quatro exibições internacionais.
O primeiro festival a aceitar o curta foi o London Worldwide Comedy Short Film Festival, realizado na Inglaterra. A segunda seleção foi de um festival americano, da capital Washington, chamado Crossover Film Festival. Depois, foi a vez do InShort Film Fest, um dos mais prestigiados do continente africado, realizado na Nigéria. Fechando a lista, está um festival da República de Belarus, localizada na Europa Oriental.
- É muito gratificante a aceitação do curta, pois é um trabalho voltado exatamente para o mercado internacional. Sinto como se tivesse cumprido minha missão. É uma felicidade absurda e me inspira a continuar fazendo este tipo de trabalho. Agora, estou desenvolvendo uma minissérie, dessa vez física, e não animada, como foi o curta – disse Pacco.
Da criação à edição, passando pela direção e animação, a obra foi inteiramente produzida pelo petropolitano, que começou a trabalhar com cinema há cerca de três anos e vem se aperfeiçoando ao longo do tempo. Segundo ele, o tema do curta trata diretamente do momento pelo qual o mundo passa.
- O curta trata do momento atual da sociedade, é uma metáfora do que estamos passando. O mundo está sendo tribalizado, separado em grupos, e este é um tema muito interessante para trabalhar em cima – comentou.
Pacco destaca, entre suas inspirações, Andy Kaufman, importante ator e escritor americano, e Matthew Weiner, criador da série Mad Men que já trabalhou, também, como roteirista e produtor executivo das últimas duas temporadas de “The Sopranos”. Com padrões ainda não trabalhados no Brasil, as obras do profissional aderem à cultura europeia e americana, principais mercados de cinema mundial.
- Trabalho com limites ainda não estabelecidos no Brasil, e por isso almejo outros mercados. Os padrões internacionais não chegaram no território brasileiro, e são destas culturas que acabo entendendo mais, como a europeia – destacou.
- Sempre gostei de cinema e de TV, mas nunca considerei a área como profissão. Há três anos, comecei a produzir e percebi que há muito a ser feito no mercado, coisas minhas, com minha identidade. Gosto de estudar e experimentar novas formas e, mais do que fazer algo bom, pesquisar e desenvolver coisas ainda maiores. Acredito que a arte é o que transforma a vida no que ela é – completou Pacco.