Jaqueline Ribeiro - especial para o Diário
A pandemia de covid-19 acendeu um sinal de alerta para pessoas com doenças crônicas. Entre 35 mortes divulgadas pela Secretaria de Saúde desde o início deste mês, 30 pessoas apresentavam algum tipo de doença preexistentes como diabetes, hipertensão arterial, cardiopatia e insuficiência renal. A situação preocupa uma vez que o medo da contaminação afastou doentes crônicos de hospitais, consultórios e clinicas, fazendo com que, nos primeiros meses, muitos adiassem consultas e exames. Médicos frisam a importância dos pacientes não abandonarem os tratamentos, principalmente nos casos de doenças crônicas. Hospitais destacam que , que desde o primeiro momento adotaram medidas para garantir a segurança dos pacientes e começam agora a identificar uma retomada na demanda por atendimentos.
- Se pagou um preço caro por conta desta pandemia. A demanda por consultas e exames caiu de modo geral, porque as pessoas estavam evitando procurar o hospital. Muitos pacientes que nos procuraram poderiam ter chegado em condições melhores pois certamente procurariam atendimento antes no pronto atendimento ou no consultório do seu médico para acompanhamento e não o fizeram por conta da pandemia. Identificamos que as UTIs "não covid", por exemplo tiveram momentos de ocupação de 100%, e podemos concluir que o agravamento de boa parte dos casos ocorreu porque os paciente não procuraram os hospitais com medo de se contaminar - avalia o diretor executivo do Hospital SMH - Beneficência Portuguesa, Fernando Baena, lembrando que pacientes cardíacos, com alguma necessidade de suporte cardiovascular ou até endovascular continuaram buscando atendimento, mas também nestes casos houve redução na demanda. - Desde o início de julho a procura vem aumentando - conta.
O Hospital Santa Teresa também identificou, no início da pandemia, uma redução na procura por atendimento, principalmente no pronto-socorro da unidade, provavelmente por receio de contaminação. Mas, de acordo com o hospital, atualmente, as taxas de procura por consultas, exames, cirurgias e internações estão em crescimento e se aproximando dos patamares regulares.
- É muito importante que a população fique atenta à sua saúde em todos os aspectos. Aqueles que já possuem alguma doença preexistente ou crônica e que fazem tratamento e acompanhamento, devem seguir a rotina de consultas, exames e medicações recomendada pelo seu médico. Por isso nós, no HST, temos nos empenhado em manter fluxos distintos para pacientes com suspeita ou em tratamento da Covid-19, visando garantir ao máximo a segurança dos pacientes que nos procuram por outras causas. Continuamos tratando e cuidando de todos - destaca o diretor executivo do HST, Leonardo Menezes.
Situação semelhante é observada no Hospital Unimed, onde após uma queda no movimento normal, as consultas no pronto atendimento, já registram um aumento de 19% no atendimento a pacientes sem sintomas respiratórios, comparando-se ao período entre abril e junho. Na unidade as consultas ambulatoriais, nos meses de junho e julho registraram um aumento no volume de atendimentos - uma média de 55% dos atendimentos no período pré-pandemia.
O Hospital retomou a realização de cirurgias e procedimentos, de acordo com as orientações da ANS. Em julho, os procedimentos realizados e agendados representam 76% da média de procedimentos realizados antes da pandemia.
- Dentre os cerca de 37 mil clientes assistidos pela Unimed Petrópolis, a operadora se empenhou para informar e conscientizar os seus clientes, através da divulgação de comunicados dos seus médicos cooperados por vídeos veiculados nas redes sociais e imprensa, a manterem os seus tratamentos das doenças pré-existentes em dia. É de extrema importância que os pacientes portadores de doenças crônicas mantenham as consultas para acompanhamento das patologias com seu médico - orienta o presidente da Unimed Petrópolis, Rafael Gomes de Castro.
No SMH - Beneficência Portuguesa, as cirurgias eletivas também estão sendo retomadas e o hospital já registra um percentual de 60% de normalidade. - A procura está começando a aumentar e hoje está em 60% do que era antigamente no movimento do hospital. - destaca o diretor executivo do Hospital SMH - Beneficência Portuguesa, Fernando Baena