Ulisses da Costa Cancela, de 36 anos, foi morto ao entrar por engano em favela de Duque de Caxias
Philippe Fernandes
Dois homens acusados de terem assassinado o alpinista petropolitano Ulisses da Costa Cancela vão a júri popular nesta quarta-feira (5), em Duque de Caxias. O crime aconteceu em maio de 2015. Ulisses voltava de uma festa infantil, na casa de um amigo em Magé. Ele voltaria para Petrópolis pela Serra Velha da Estrela, mas errou o caminho e acabou entrando na favela do Vai Quem Quer, no distrito de Imbariê, em Caxias. Ao perceber o equívoco, tentou retornar, mas os bandidos o surpreenderam.
Ao perceber a movimentação dos criminosos e ouvir um tiro, Ulisses pediu aos ocupantes do carro - a sua esposa e um casal de amigos - que se abaixassem, enquanto ele tentava dar marcha à ré e retornar. Neste momento, vários tiros começaram a ser disparados, e um deles atingiu a cabeça do alpinista, que perdeu o controle do seu carro, um Ford Ka. O veículo bateu no muro de uma casa. Ulisses chegou a ser socorrido por uma pessoa que passou pelo local, o levando até às proximidades do posto do pedágio. Ulisses foi para o hospital de Imbariê, mas não resistiu.
Ontem (3), a mãe de Ulisses, Roseli Furtado da Costa, disse que espera justiça no julgamento.
- Espero que a justiça seja feita. Os assassinos confessaram o crime. Espero que eles paguem e sejam condenados pelo que fizeram. Meu filho tinha 36 anos e toda uma vida pela frente. Nada vai trazê-lo de volta, mas pelo menos, dessa forma, eles terão uma punição - disse.
Roseli lembrou que a dor de perder o filho gerou, além do desgaste emocional, uma série de problemas de saúde. Ela lamentou, ainda, que o direito básico de ir e vir seja desrespeitado pela ação de bandidos que controlam territórios.
- Não estava indicado que ali era uma comunidade. Porém, independente disso, é muito importante que as pessoas tenham o direito de ir e vir. É muito importante que isso seja divulgado e alertado - declarou.