Wesley Fernandes – especial para o Diário
Fechada desde 2019, a Casa dos Sete Erros, localizada na Avenida Ipiranga, no Centro, voltou ao nome original de Casa Petrópolis e estará de portas abertas ao público a partir do dia 01º de dezembro. Para marcar a reabertura de um dos pontos turísticos mais famosos de Petrópolis, a administração vai promover um concerto de inauguração.
O evento está marcado para acontecer no dia 05 de dezembro em duas sessões, às 18h e 19h, restritas a 25 pessoas cada uma delas. Na ocasião, haverá uma apresentação da Orquestra Camerata Petrópolis e do músico do Thiago Tavares. Os ingressos para a apresentação custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada) e podem ser reservados através do número (24) 99318-6716 ou pelo e-mail culturacasadepetropolis@gmail.com.
Além da atividade musical, a partir da primeira semana de reabertura, os visitantes já poderão conferir exposições de arte contemporânea, com obras de Luiz Áquila, Beatriz Milhares, Daniel Senise, Marcelo Lago, Julia Miranda e Antônia Dias Leite.
Aberta ao público de quarta a domingo, de 10h às 16h, e às terças para grupos agendados, os ingressos para acessar a casa custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada). Diante do cenário de pandemia, o local adotou medidas de prevenção contra a covid-19, entre elas, medição de temperatura na entrada; totem de álcool gel na entrada e na saída; uso de máscaras obrigatório; pantufas descartáveis de uso obrigatório; capacidade máxima de 8 pessoas por vez durante a visitação; e distância de 1,5m entre as pessoas.
Sobre a Casa Petrópolis
Sediada no nº 716 da Av. Ipiranga, o imóvel que abriga a casa guarda um passado memorável. Sua construção começou em 1879. Seu proprietário, José Tavares Guerra, que havia passado seus anos de estudo na Europa, idealizou sua residência unindo a beleza dos estilos europeus com as modernidades que começavam a surgir no final do século XIX.
Sua construção, executada pelo engenheiro alemão Karl Spangenberger e feita com mão de obra de imigrantes, foi concluída em 1884. Seus jardins foram projetados pelo botânico Auguste Glaziou, o mesmo responsável pela reforma dos jardins da Quinta da Boa Vista e da residência do Barão de Nova Friburgo, sendo o único no Brasil que se conserva em estado original.
Dezesseis anos depois a casa recebeu instalação de luz elétrica, sendo a primeira na cidade a ter esse recurso. A casa possui também o primeiro relógio de torre de Petrópolis e que se mantém conservado. É considerada uma das três mansões brasileiras do século XIX que ainda guardam suas características originais (as outras duas são a Casa da Hera, em Vassouras e o Palácio do Catete, atual Museu da República, no Rio de Janeiro).
Seu estilo arquitetônico é o Eclético, usado entre a segunda metade do século XIX e início do século XX, e tem como característica a combinação de vários estilos do passado, formando uma nova linguagem arquitetônica a partir deles. Os painéis distribuídos pela casa foram pintados pelo pintor austríaco Carl Schäffer, com exceção da sala Fumoir, pintada pelo artista italiano Gustavo Dall’Ara.
O lustre da sala principal foi feito em bronze banhado à ouro pela fundição francesa Barbedienne, a mesma usada no Palácio de Versalhes. Na sala de música as pinturas no teto recordam as viagens feitas por José Tavares Guerra aos Alpes Suíços, África, Bagdá, Egito, Índia e Palestina. Algumas paredes são revestidas de papel feito à base de pó de ouro.
O imóvel serviu como moradia da família até 1982, passando por diferentes gestões, até ser fechada no início de 2019, tanto para reformas de urgência quanto para uma reestruturação administrativa.