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  Saúde

Como o diário alimentar pode mudar a relação com a comida

 


 Divulgação

O diário alimentar é uma ferramenta de autoconhecimento usada para os pacientes identificarem e ganharem consciência sobre seus comportamentos, emoções e sentimentos ao comerem

Dietas, detoxes, planos alimentares rígidos… ao longo do tempo, encontramos inúmeras estratégias para alcançar uma alimentação saudável e um corpo que, até então, se encaixava no padrão de beleza vigente. No entanto, muitas vezes esses conceitos ignoram um fator comum: o comportamento individual das pessoas.

É por isso que o diário alimentar é uma das ferramentas mais interessantes e efetivas usadas na Terapia Nutricional. A vertente, que se baseia e considera o comportamento humano no processo de alimentação, faz uso desse acompanhamento como parte da sua abordagem não prescritiva.  

"Esse instrumento se baseia no automonitoramento e nos permite identificar questões e problemas alimentares do paciente, como relacionar o consumo alimentar com sentimentos, crenças e insatisfação corporal", explica Sophie Deram, Nutricionista e autora best-seller 'O Peso das Dietas'.

A especialista em nutrição consciente e comportamental explica que ao utilizar o diário alimentar, o profissional de saúde e o paciente podem caminhar juntos na busca por mudanças comportamentais e de hábitos alimentares, evitando as armadilhas das dietas restritivas ou dos planos alimentares que desconsideram a realidade emocional e comportamental do paciente.

Como funciona o diário alimentar?

O diário alimentar é um registro, como os diários que tínhamos quando crianças, e que pode ser feito com papel e caneta, no computador, no celular ou em aplicativos específicos.

"Essa ferramenta deve ser flexível, e os elementos que os compõem devem ser definidos de acordo com o paciente. Ela não é um fiscal, é mais um caderno de navegação", explica a especialista.

Veja, abaixo, 5 dicas da Dra. Sophie, que podem ajudar na produção do diário alimentar:

1.Alimento e quantidades

"O paciente registra os alimentos que consumiu durante o dia e suas respectivas quantidades em medidas caseiras logo após as refeições. ", recomenda.

Aqui, é importante lembrar que não é necessário colocar as quantidades exatas (por exemplo, "150g de arroz integral") ou pesar os alimentos, já que isso pode ser um fator desencadeante de estresse.

2. Horário de início das refeições

"Anotar o início das refeições pode ajudar a identificar se o paciente pula refeições, come em horários não convencionais ou se alimenta rápido demais", continua.

3. Escala de fome/saciedade

Muitas pessoas, por já terem feito muitas dietas restritivas, podem ter perdido a capacidade de perceber quando estão com fome e quando já estão saciadas. "Adicionar essa escala ao diário pode contribuir para que o paciente perceba seus sinais de fome e saciedade e reconecte-se com seu corpo", diz a Dra. Sophie.

4. Onde comeu e com quem

Em que local a refeição foi realizada? Em um restaurante, em casa, no metrô, no elevador? Em companhia ou sozinho? Isso é importante, pois muitas pessoas que têm uma relação difícil com a comida podem comer escondido dos familiares, comer em qualquer lugar ou acreditarem que aquele bolo de chocolate consumido em uma festa de aniversário foi um exagero.

5. Pensamentos/emoções

Que sentimentos surgiram no momento da refeição? Alegria, tristeza, culpa? Aqui, o comer emocional pode ser identificado e trabalhado.

Seja paciente e conte com o acompanhamento nutricional

"É importante lembrar que alguns pacientes sentem dificuldades com o diário, pois ele traz à tona questões alimentares que podem ser delicadas, trazer culpa, ansiedade ou porque ele se torna algo a mais na rotina da pessoa", explica a especialista.

Por isso, Sophie destaca a importância do profissional de nutrição para orientar o paciente a preencher os elementos mais importantes do diário no início da terapia nutricional e, com o tempo, inserir os demais. Por exemplo, uma prática inicial seria anotar os horários das refeições, os alimentos e quantidades. Em seguida, introduzir os locais e as companhias e, por fim, as sensações e sentimentos envolvidos.

"No meu consultório, primeiro forneço um diário simplificado, que não apresenta a coluna dos pensamentos e emoções e peço para o paciente fazer o preenchimento em três dias da semana e, com o desenrolar das consultas, essa frequência vai aumentando", diz.

O resultado dessa prática é que o paciente, agora, tem mais consciência sobre os seus próprios padrões alimentares e, acompanhado do nutricionista, consegue traçar estratégias alimentares que concordem com os seus objetivos e se adéquem à sua rotina, gerando uma mudança comportamental que, claro, se reflete na maneira como se alimenta e na sua relação com a comida.

Sophie Deram

Sophie Deram Ph.D, doutora pela USP, é engenheira agrônoma, nutricionista, pesquisadora em comportamento alimentar, influenciadora, palestrante e autora dos livros best-sellers "O peso das dietas" e "Os 7 pilares da saúde alimentar".

Seu lema é ajudar as pessoas a fazerem as pazes com a comida e o corpo. É *a nutricionista pioneira no Brasil da abordagem da nutrição sem dieta restritiva*. Defensora do prazer de comer e do comer consciente. Cunhou frases como “comer melhor e não menos”, “dieta engorda” ou “pode comer de tudo, mas não tudo”.  Desenvolveu o Método Sophie, um método de atendimento sem dieta voltado para todos os profissionais de saúde. Já são mais de 500 profissionais formados pelo Brasil. Sophie é hoje um dos principais nomes da nutrição no Brasil e seus livros são referência nas faculdades de nutrição.



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