Wellington Daniel
O Centro de Referência em Atendimento à Mulher (Cram) está tendo um grande movimento com a volta dos atendimentos presenciais. É o que afirmou ontem (29), ao Diário, a coordenadora do equipamento, Cleo de Marco. Para ela, houve uma dificuldade das mulheres em buscarem o auxílio do órgão próximas ao agressor.
- Apesar de, pelo telefone emergencial, neste período que ficamos paradas no Cram, continuamos trabalhando no sistema de home office, vimos as dificuldades dessas mulheres de falarem conosco, se o agressor está ao lado. Retornamos o atendimento presencial no dia 15 de junho e o movimento já está bem grande – disse.
Neste período de isolamento social, Cleo também conta que tiveram casos registrados no Centro de Referência. De acordo com a coordenadora, a maior parte foi relacionada a quebra das medidas protetivas.
- A maior parte por quebra de medidas protetivas, porque eles acharam que, pelo isolamento, as polícias não estavam trabalhando ou que nós mesmos não estivéssemos trabalhando, então foi feito algumas prisões e alguns afastamentos de lar no pico mesmo da pandemia – explicou.
Registros
A Defensoria Pública informou que, em Petrópolis, foram 88 atendimentos de violência doméstica entre os dias 24 de março e 30 de junho. Já a Polícia Militar, registrou 62 ocorrências entre março e junho, sendo 42 relacionadas a crime contra a mulher, 20 à violência doméstica e 10 ações de prisões de agressores em flagrante delito. O Disque-Denúncia registrou duas ligações.
Atendimento e denúncias
Os atendimentos costumam ser depois de um registro em uma das delegacias da cidade, seja a 105ª ou a 106ª. Ainda assim, o Centro recebe mulheres de diversas origens, para prestar auxílio.
- A maioria dos nossos trabalhos é feita a partir do registro na delegacia. Tem algumas que ainda estão em dúvida se farão ou não e nos procuram, mas a maioria que chega aqui, é por orientação das delegacias. Também recebemos as notificações dos hospitais, UBSs, Cras, Creas e pela nossa página – afirmou.
No Cram, a mulher pode procurar atendimento de segunda à sexta-feira, de 8h às 17h. Também há o telefone de emergência, (24) 98839-7387. As delegacias também já estão funcionando normalmente. Além destes, há diversas outras formas de denunciar a violência.
É o caso do Disque-Denúncia. Em Petrópolis, as ligações podem ser feitas pelo telefone 0300-253-1177. Também há um aplicativo para celulares. Há ainda a ouvidoria do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e o atendimento ao cidadão da Defensoria Pública.
As mulheres também podem denunciar violência pelo telefone 180, do Ministério da Família, Mulher e Direitos Humanos, onde também podem receber orientações. Em casos de emergências, a PM pode ser acionada pelo 190.