As mulheres, a democracia e a vida pública
Fala-se muito no direito das minorias e na menor expressão das mulheres na vida política, econômica e social no nosso país. É algo que graças a grandes lideranças vem sendo revertido ao longo dos últimos 100 anos, como temos visto nesta série de artigos,
Fazem 100 anos apenas que as sufragettes inglesas conseguiram o voto feminino ( inclusive com a auto imolação de uma delas sob as patas do cavalo de propriedade do rei da Inglaterra) e a partir daí o movimento se propagou pelo mundo ocidental .
Em seguida as mulheres foram conquistando o direito de exercer todas as profissões , participar em postos de chefia etc.
Já na antiga Grécia uma peça de teatro celebrava os extremos a que as mulheres chegaram - uma greve geral de sexo - para que os homens abrissem a cabeça para entender seus pontos de vista.
Na década de 60 , no Brasil, um grande movimento inspirado no ativismo religioso e filantrópico de associações femininas teve destacado papel nos embates políticos .
A “ campanha da mulher pela democracia “ , além de varias manifestações pelo Brasil afora, levou a impressionante quantidade de um milhão de pessoas nas ruas para uma passeata que celebrou a vitória do golpe militar contra um governo desastroso. Sob o lema “ Todos com Deus pela Família e Liberdade” as mulheres marcharam, quase à guisa de uma procissão, com rosarios nas mãos.
Não queriam postos políticos , não queriam empregos nem benefícios pessoais .
Escolheram esta forma de luta para deixar claro , pacificamente , sem depredações , black-bloks ou arruaças o que acreditavam e queriam para o Brasil .
Foram eficazes e eficientes . O Governo caiu de podre, sem vítimas e sem sangue. Com derrotados e frustrados que partiram para exílios no Uruguai, USA e Paris. Nada mal...no apanhar das coisas.
O governo que subiu integrou o Brasil em redes de estradas, comunicações , energia. Profissionalizou a busca pelo desenvolvimento sonho que remontava aos republicanos positivistas . E deu espaço às mulheres como a primeira ministra que tivemos , Esther de Figueiredo Ferraz, Ministra da Educação.
É um capítulo importante na história das conquistas femininas, frequentemente “esquecido” por razões políticas .
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